É bem assim: a gente se torna mãe e nos esquecemos da gente. O mundo gira em torno dos pequenos que ocupam nossas vidas, nossas mentes e nosso coração 24 horas por dia, 7 dias por semana, em tempo integral, apenas com pequenas pausas entre uma soneca e outra (quando dá) para ir ao banheiro, fazer um xixizinho mega rápido e fazer a higiene bucal correndo. Se a soneca for um pouco mais demorada dá tempo pra um banho de gato, quando não, o jeito é esperar a próxima soneca (fuga) para o tão esperado banho do dia... Sem falar nos outros afazeres que se dividem entre as coisinhas do filhote (lavar e passar as roupinhas e paninhos dele, arrumar o quartinho, organizar as gavetas) e as coisas da casa e o marido.
Ah! Ainda tem o marido! Esse é um capítulo a parte. Coincidentemente nessa fase tão importante de nossas vidas eles acham de dar "piti" e agir de maneira estranha. Uns ficam carentes, outros fogem fazendo a linha "toma que o filho é teu e eu trabalho amanhã logo cedo" e ainda tem aqueles que acham que todos os nossos problemas e crises emocionais se acabaram logo que parimos e agora estamos plenas e cheias de graça! E aí? Se identificou, hein??? Hein??
Com tantas coisas para ocupar o nosso dia, onde fica o tempo para sermos apenas nós mesmas? Acho que perdemos um pouco (ou praticamente tudo) da nossa identidade de mulheres e nos tornamos apenas mães... O dia fica tão cheio e parece ser bem difícil encontrar uma brecha para nos dedicarmos apenas a mulher que ainda existe dentro de nós.
Não dá tempo para cuidar dos cabelos, da pele, fazer as unhas, manter a depilação em dia. Quando nos olhamos no espelho vemos que nosso corpo ainda não voltou ao normal um mês (ou nove meses) depois de parir - e a menos que você seja abençoada com uma genética super privilegiada - ele não vai voltar nem tão cedo, ou quem sabe, nunca mais. Não é pessimismo meu, mas o corpo muda mesmo depois da gravidez. Eu por exemplo, ganhei uma cicatriz da cesária e várias outras, denominadas estrias. A da cesária não dá pra ver, mas e as estrias??? E a lei da gravidade? Por aqui ela já chegou dizendo a que veio... Entendeu né?
Quando estamos grávidas, principalmente se o filho foi tão planejado e tão esperado, nós só observamos e enfatizamos o lado romântico e lindo de ser mãe. Não estou me queixando, nem estou arrependida de ter o meu filho nos braços (por sinal, ele é a minha Dádiva, o maior e melhor presente de Deus para mim) só porque estou escrevendo esse texto, é porque muitas vezes as pessoas esquecem que mães também são seres humanos, cheios de sentimentos e emoções e que também temos nossas necessidades e carências.
Ser mãe é maravilhoso, ver o rostinho do meu príncipe todas as manhãs é a minha maior recompensa! Que esse começo é bem difícil, isso é, não há o que contestar, principalmente quando se está a um mês sem dormir a noite, rsrs. Mas, se me perguntassem se eu passaria por tudo isso novamente, eu diria que sim, só para conhecer de novo o amor da minha vida!
Quem disse que seria fácil, não é mesmo? Mas me disseram que valeria muito a pena!
Beijos ;**